Arquivo da tag: poesia

No Dia Internacional da Mulher, oferecemos um poema de Maya Angelou: “Ainda Assim Eu Me Levanto” – (“Still I Rise”)

Ainda Assim Eu Me Levanto – (“Still I Rise”)

Você pode me inscrever na História
Com as mentiras amargas que contar,
Você pode me arrastar no pó
Mas ainda assim, como o pó, eu vou me levantar.
Minha elegância o perturba?
Por que você afunda no pesar?
Porque eu ando como se eu tivesse poços de petróleo
Jorrando em minha sala de estar.
Assim como lua e o sol,
Com a certeza das ondas do mar
Como se ergue a esperança
Ainda assim, vou me levantar
Você queria me ver abatida?
Cabeça baixa, olhar caído?
Ombros curvados com lágrimas
Com a alma a gritar enfraquecida?
Minha altivez o ofende?
Não leve isso tão a mal,
Porque eu rio como se eu tivesse
Minas de ouro no meu quintal.
Você pode me fuzilar com suas palavras,
E me cortar com o seu olhar
Você pode me matar com o seu ódio,
Mas assim, como o ar, eu vou me levantar
A minha sensualidade o aborrece?
E você, surpreso, se admira,
Ao me ver dançar como se tivesse,
Diamantes na altura da virilha?
Das chochas dessa História escandalosa
Eu me levanto
Acima de um passado que está enraizado na dor
Eu me levanto
Eu sou um oceano negro, vasto e irriquieto,
Indo e vindo contra as marés, eu me levanto.
Deixando para trás noites de terror e medo
Eu me levanto
Em uma madrugada que é maravilhosamente clara
Eu me levanto
Trazendo os dons que meus ancestrais deram,
Eu sou o sonho e as esperanças dos escravos.
Eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto!

 

Ouça o poema recitado pelo jornalista Jorge Pontual no programa “Em Pauta”

Deixe um comentário

Arquivado em Diversos

21 de Março: Dia Internacional da Poesia, com José Saramago

“Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi: Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais boiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.”

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Um tesouro único no mundo: a biblioteca pessoal de Fernando Pessoa disponível para consulta on-line

 
Aproximadamente 1200 livros da biblioteca particular de Fernando Pessoa estão disponíveis na internet para consulta on-line.
revistabula.com

Deixe um comentário

Arquivado em E-books, Bibliotecas Digitais

Resultado final do Prêmio MPT na Escola 2015 (etapa nacional) – POESIA

POESIA DE MINAS GERAIS

RUMO À COLHEITA

O dia nem bem nasceu
José já amanheceu
Pé no chão “caminho da roça”
Olha a escola! É mentira!

O dia nem entardeceu
José já anoiteceu
Esgotado da lida
Cansado da vida.

O dia ainda nem raiou
O pequeno José já acordou
De novo de pé no chão
Estudar que é bão… nada.

O dia de José
É como outro qualquer
Mas não tem livro, nem professor
Sua lição é o labor.

Um dia José aprende
A vida é dura e ensina
Sem escola não dá
Tem que crescer pra trabalhar.

“E agora, José?
A vida passou e você cresceu
É homem feito e nada aprendeu
E agora, José?”

Poesia de Mateus Augusto, 9º ano, da Escola Municipal Álvaro de Sá Barbosa, do Município de Espera Feliz-MG.

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Um poema em cada árvore

 
Iniciativa utiliza as árvores como forma de convidar as pessoas ao mundo da leitura
biblioo.info

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Ler poesia é mais útil para o cérebro que os livros de autoajuda

poeta-willian-shakespeare-20111104-size-598.jpgWilliam Shakespeare

Um texto já publicado pela agência EFE, mas que poderia ser revisto, afinal estamos comentando sobre a velha história da análise crítica sobre Literatura tida como de qualidade e a Literatura tida como de entretenimento, e mais, auto-ajuda: a leitura de obras clássicas estimula a atividade cerebral e ainda pode ajudar pessoas com problemas emocionais, diz estudo.

Ler autores clássicos, como Shakespeare, Fernando Pessoa, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool.

VEJA MAIS © obvious: http://lounge.obviousmag.org/cafe_nao_te_deixa_mais_cult/2014/01/ler-poesia-e-mais-util-para-o-cerebro-que-livros-de-autoajuda-dizem-cientistas.html#ixzz3ZGpermSa

1 comentário

Arquivado em Artigos e entrevistas

21 de Março: Dia Internacional da Poesia, com Florbela Espanca

“Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo!
E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo…
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho…
E não sou nada!”

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

14 de março: Dia Nacional da Poesia

Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
– Mario Quintana, in: Esconderijos do Tempo, 1980.

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

De catadora de lixo a escritora aclamada: Carolina Maria de Jesus

“Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.”

Carolina de Jesus, que faria 100 anos em 2014.

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

A biblioteca de Fernando Pessoa disponível na internet

A Casa Fernando Pessoa possui um tesouro único no mundo: a biblioteca particular desta figura maior da literatura. É muito raro conseguir-se encontrar a biblioteca inteira de um escritor com a dimensão universal de Pessoa. Os livros tendem a mover-se muito depressa: emprestam-se, perdem-se, vendem-se. Pessoa também vendeu alguns – mas deixou-nos 1142 volumes, de todos os géneros e em vários idiomas, densamente anotados e manuscritos.  Acesse o sítio: http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/bdig…/index/index.htm

Deixe um comentário

Arquivado em E-books, Bibliotecas Digitais

O bom poema é aquele…

Fonte: Homo Literatus

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Carlos Drummond de Andrade recitando “Consolo na Praia”

Carlos Drummond de Andrade recitando seu poema Consolo na Praia, do livro A Rosa do Povo, Editora Companhia Das Letras.
O vídeo foi postado por Pedro Drummond, neto do poeta, em homenagem a Suzana de Moraes. Assista: bit.ly/1D9RfoS

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Coração é tema do ‘Encantos de Versos’

A sede dos sentimentos — o coração — é tema do Encantos de Versos, da Rádio Senado, neste final de semana. O programa traz poemas de Cora Coralina, Olavo Bilac, Paulo Leminski e dos portugueses: José Saramago, Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Miguel Torga. Ainda inspirados na temática, sucessos musicais gravados por Zeca Baleiro (Calma Aí, Coração); Elis Regina (Carinhoso); Caetano e Gal (Coração Vagabundo); Alceu Valença (Coração Bobo) e Elba Ramalho (Bate Coração). Além dos poemas e canções, o programa explica o que significa polissemia e a expressão “de cor”. Fonte: Ag. Senado.

Dia e horário: Sábado, às 9h, com reprise no domingo, às 16h.
Para sintonizar: em FM nas cidades de Brasília (91,7 MHz), Natal (106,9 MHz), Cuiabá (102,5 MHz), Fortaleza (103,3 MHz), Rio Branco (100,9 MHz), Manaus (106,9 MHz), Teresina (104,5 MHz), João Pessoa (106,5 MHz), Macapá (93,9 MHz) e São Luís (96,9 MHz).
Pela internet: O programa está disponível na página da Rádio Senado (acesse aqui)

Deixe um comentário

Arquivado em Fotos, audios e vídeos

De catadora de lixo a escritora aclamada: Carolina Maria de Jesus

“Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.”

Carolina de Jesus, que faria 100 anos em 2014.

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa

Homenagem ao poeta Manoel de Barros

O ano acaba de ficar mais triste, menos poético, menos sutil, menos sensível ao seu redor, ao seu meio, a sua natureza. Manoel de Barros, o maior poeta vivo brasileiro até então, faleceu, aos 97 anos. Gênio, grandioso em sua humildade, o poeta do “pantanal”, como lhe chamavam. Sua obra é inesquecível, singela mas quase contraditoriamente, transgressora. E gigantesca, como a natureza que tanto admirava. Que tristeza, Manoel, que tristeza.

Volte ao pó, terra vermelha que tanto prezou, que tanto amou, que tanto cultivou. Tua carne se fez verbo, ao longo da vida; ao fim, o verbo se faz pó, mas permanecerá para todo o tempo – sendo espalhado pelo vento, pelos passarinhos, pra que todos possam sentí-lo, pra que todos possam ouví-lo. Honra ter te lido enquanto ainda era vivo, enquanto ainda pude alimentar a tosca vontade de, ah, quem sabe um dia, tomar um terere contigo, enquanto me explicava o tipo de solo da nossa terra. Que saudade do dia que nunca aconteceu, Manoel. Que saudade do dia que vou guardar, pra sempre, nas páginas dos teus livros.

Retrato do artista quando coisa

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

Fonte: Diário informa de um suposto escritor.

Veja mais: Abujamra interpreta “Difícil fotografar o silêncio”, Manoe de Barros. Fonte: Literatortura.

Deixe um comentário

Arquivado em Literatura, Livros, Língua Portuguesa